Qualquer tecido é uma barreira de impede a evaporação do suor do corpo humano, por mais que isso varie muito de um para o outro. O que não varia é o fato de que a temperatura corporal é diretamente influenciada pela ocorrência – ou não – da evaporação do suor. Quanto mais o tecido impedir a evaporação do mesmo, maior a temperatura. Então, a respirabilidade do tecido é importantíssima. Caso ela seja muito baixa numa vestimenta de combate a incêndio, corre-se o risco de o bombeiro ter hipertermia. Este é um fenômeno caracterizado pela incapacidade do corpo humano em dissipar a alta quantidade de calor absorvido por conta da elevação da temperatura.
Num combate a incêndio estrutural, um bombeiro corre o risco de aumentar demais seu ritmo cardíaco e ter um ataque cardíado ou um AVC (acidente vascular cerebral), caso tenha hipertermia e já esteja realizando alto esforço físico. Em casos menos graves, ele corre o risco de ter cãimbras, chegar à exaustão. E essas complicações podem ocorrer mesmo horas depois do esforço em combate.
Então, como pudemos ver, é muito importante que exista uma inspeção e garantia de uma vestimenta adequada e de qualidade para que seja possível realizar o combate.
Ainda não há, no Brasil, uma norma regulamentadora para desempenho e design de vestimentas de combate a incêndio estrutural. Visto isso, os fabricantes e clientes guiam-se pelas normas NFPA 1971 (norma norte-americana) e EN 469 (norma europeia).
Respirabilidade é um tópico extremamente importante na normativa europeia. Na EN 469, há um parâmetro específico para a medição da dificuldade de evaporação do suor – respirabilidade do tecido. Tal parâmetro é conhecido como RET (resistência evaporativa térmica) e é experessado pela unidade de medida m².Pa/W (sua norma de ensaio é a ISO 11092). Quanto menor o valor da RET, mais respirável o compósito de tecidos.
Logo, é de extrema importância que o conjunto possua certificação válida de aprovação – ou meios seguros que comprovem uma RET aceita por norma para a utilização da vestimenta.